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“A Clínica Social/SPRPE realiza um Projeto junto a uma Escola Municipal do Recife com duas intervenções de grupo operativo. Uma das atividades de grupo é realizada com os professores, já acontecendo desde 2017, sendo coordenada por dois analistas em formação – José Jacinto da Silva Santos e Maria de Jesus Maçães.
Esta atividade de escuta psicanalítica,acontece a partir de uma prática metodológica que se desenvolve em um espaço dialógico e reflexivo, com encontros quinzenais, com data e dia determinados. Se propõe identificar temas pertinentes à realidade educacional, que estimulem reflexões sobre os contextos relacionais do corpo docente. Como também, através do diálogo grupal, facilitar a reflexão sobre as possíveis angústias e ansiedades referentes à prática e práxis educativa.
A segunda atividade é realizada com pré-adolescentes, alunos da quinta série do último ano letivo da escola. Iniciada em 2023, denominada de – Escuta da Experiência Sensorial Primitiva via de Acesso à Simbolização e Elaboração.
Foi projetada pela Dra. Magda Passos juntamente com o Departamento de Crianças e Adolescentes da SPRPE por convite da Coordenação da Clínica Social para ser incluída nas atividades dos analistas em formação.
Tem por finalidade apresentar um modelo de prática na escuta psicanalítica do lúdico sensorial, no jogo do brincar simbólico e os vínculos, entre crianças, no ambiente escolar e psicanalistas em formação da SPRPE.
Este estudo propõe refletir sobre as experiências das sensações primitivas, que podem se manifestar, também, como obstáculo no desenvolvimento da aprendizagem. Com isso, será enfatizado, que estas sensações necessitam de simbolização e elaboração para a transformação em pensamentos e não em ações (acting-out), causando dificuldades no decorrer do referido processo mental. A pretensão desta escuta é ampliar, não só a observação, como também, sentir e apreender o desenvolvimento psíquico do material sensorial emocional, desde este estágio primitivo a sua integração aos processos inconscientes para adquirir expressividade simbólica, possibilitando interação entre as crianças e os observadores. Através da observação dos vínculos transferênciais de cada criança e o psicanalista, com o intuito de favorecer o manejo da transferência e contratransferência. Considera, que as sensações despertadas em ambos, crianças e analistas, poderá possibilitar a escuta e o pensar psicanalítico dos candidatos no exercício de suas atividades clínicas, Arte – Psicanalítica.
DEPOIMENTOS:
Vivência de uma experiência emocional em supervisão relatada por Dr. Vitor Hugo Lima Barreto
“A Clínica Social/SPRPE realiza um projeto junto a uma escola municipal do Recife. Entre as intervenções, psicanalistas em formação, realizam atividades de grupo com pré-adolescentes. É um projeto piloto que visa apoiar a transição etária destas crianças e oferecer aos estudantes de psicanálise a vivência com adolescentes. Tenho apoiado este trabalho através de supervisões dos candidatos a psicanalista. Uma das perguntas que levantamos foi: o que os estudantes querem ou esperam deste trabalho. Uma das respostas que surgiu, para mim, através de um dos relatos de experiência. Após o período de páscoa, uma das crianças descreveu sua decepção por ter ganho uma barra de chocolate ao invés de um ovo de páscoa. Refletimos sobre este evento como uma metáfora para o que as crianças gostariam de ter e o que sentem falta. Qual a diferença essencial entre a barra de chocolate e o ovo de páscoa? Muitas!!! E importantes! A primeira que me vem à mente é a estética. O ovo de páscoa encanta a criança pela beleza e introduz esta beleza e introduz esta beleza na vida da criança. Apresenta assim, uma dimensão lúdica que alegra a vida. No contexto da páscoa e da cristandade, o ovo representa o renascimento e justiça, por conseguinte ESPERANÇA! No contexto pagão, representa a celebração do fim do inverno no hemisfério norte, que tanto nos influencia. No nosso caso, no hemisfério sul, a partida da primavera e a aproximação do inverno. Nestas perspectivas, o ovo da páscoa apresenta à criança a riqueza da representação, uma das nossas maiores capacidades mentais. O SIMBOLISMO! Até onde está criança, do relato, nos apresenta uma experiência de vida privada, da beleza, da ludicidade, da esperança e do simbolismo. E é isto que espera ou pede de nós”.
Depoimento sobre o trabalho na Escola: José Jacinto Silva Santos
“A dialética entre duas ciências que objetivam o desenvolvimento humano, Psicanálise e Educação. ” Embora tenha se ocupado pouco do tema da Educação, Freud (1969n) considera-o muito relevante porque ” é tão pleno de esperanças para o futuro, talvez a mais importante de todas as atividades da análise”. Ele estava se referindo à aplicação da Psicanálise à Educação, ” a criação da nova geração”, em comentário feito na sua conferência XXXIV (p.146)”. Dupas, M. A, (2008,p.25)”.